O tal cheiro de mofo...
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- Categoria: degustando
Talvez você já tenha ouvido falar nisso. Talvez você já tenha sentido esse cheiro. Agora, você vai entender esse assunto!
Infelizmente, isso acontece. Felizmente, acontece cada vez menos!
Um dos defeitos mais conhecidos que pode acometer o vinho é chamado de Bouchonné, em francês, e de Corked Wine, em inglês.
O que é Bouchonné? O tal aroma, ou gosto de mofo, ou de papelão úmido. O nome vem de rolha (bouchon, em francês), e você já vai entender o motivo...
Qual a causa? Este defeito é encontrado nos vinhos quando ele é contaminado com uma substância chamada 2,4,6 Trichloroanisol (TCA).
O que é TCA? É uma substância que resulta da atividade de micro-organismos. Existe risco de ocorrência de TCA sempre que estão presentes fenóis, cloro e fungos.
O que a rolha tem a ver com isso? A cortiça, por ser uma substância natural, pode ser um alimento atraente para tais micro-organismos.
Então é um problema exclusivo dos vinhos com rolha de cortiça? Não. A expressão que associa o problema à rolha é equivocada, pois a contaminação com TCA pode ter outras origens, também.
Como esse problema tem sido combatido? Os produtores de rolhas de cortiça reduziram drasticamente os níveis de TCA, utilizando técnicas de limpeza e de tratamento das rolhas. Se quiser conhecer mais sobre o processo de produção de rolhas de cortiça, clique aqui.
Mas ainda existe o problema? Segundo a organização Cork Quality Council, a redução dos níveis de TCA foi de cerca de 95%, comparando testes elaborados em 2001 e em 2014. Ou seja, virou um problema bem raro.
Mas quantos vinhos ainda são afetados? Menos de 1% dos vinhos atualmente arrolhados com cortiça natural apresentam esse defeito. Segundo especialistas, o TCA já não é mais um grande problema para a indústria do vinho.
Dá para saber se o vinho está Bouchonné? Sim, pelo olfato. Um vinho afetado pelo TCA perde o cheiro frutado, e passa a ter cheiro de mofo, de jornal ou papelão úmido, de cachorro molhado. Ruim, né?
É sempre fácil perceber? Nem sempre, principalmente nos estágios iniciais de contaminação. E contaminações mais leves às vezes só são percepctíveis após certo tempo de contato com o oxigênio.
Mas o seu consumo é prejudicial à saúde? Por incrível que pareça, não faz mal à saúde, mas seu aroma e gosto ficam tão alterados, que a degustação desse vinho deixará de ser um prazer, e aí não faz mais nenhum sentido consumi-lo.
O que fazer com um vinho com TCA? Alguns pesquisadores descobriram uma maneira de “consertar” o vinho com TCA, a partir de um polímero que atrai essas partículas. Mas, sinceramente, não perca tempo com isso. Se isso acontecer com você, ou melhor, com seu vinho, entre em contato com o estabelecimento onde o vinho foi comprado, ou com o produtor, e solicite a troca.
Vivendo e aprendendo. Aliás, vivendo, degustando e aprendendo.
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